O colegiado será responsável pela elaboração de ações governamentais para assegurar condições de igualdade e direitos fundamentais à população
POR CAMILA DA SILVA | 07.04.2023 16H17
O governo Lula (PT) criou o Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, queers, intersexos, assexuais e outras).
Instituída via decreto 11.471, a criação do Conselho foi divulgada em edição extra do Diário Oficial da União, na quinta-feira 6.
O colegiado será responsável pela elaboração de critérios e ações governamentais para assegurar condições de igualdade, equidade e direitos fundamentais para o público.
Somente em 2021, pelo menos 316 pessoas LGBTQIA+ morreram por causas violentas no Brasil, conforme aponta o dossiê do “Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+”.
Para atuar na redução destes níveis de violência e promover melhores condições à população, o Conselho, vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos, terá em sua composição, 19 representantes dos ministérios e 19 da sociedade civil.
A Secretaria Executiva ficará sob o comando de Symmy Larrat, responsável pelo Direitos das Pessoas LGBTQIA+ no MDH.
As principais funções do grupo são:
- propor estratégias para a avaliação e o monitoramento das ações governamentais voltadas às pessoas LGBTQIA+;
- acompanhar a elaboração e a execução da proposta orçamentária da União, com possibilidade de apresentar recomendações quanto à alocação de recursos, com vistas à promoção e à defesa dos direitos das pessoas LGBTQIA+;
- acompanhar proposições legislativas que tenham implicações sobre as pessoas LGBTQIA+ e apresentar recomendações;
- promover a realização de estudos, debates e pesquisas sobre a temática de direitos e a inclusão das pessoas LGBTQIA+;
- apoiar campanhas destinadas à promoção e à defesa de direitos e de políticas públicas para as pessoas LGBTQIA+;
- organizar a Conferência Nacional LGBTQIA+ e outros eventos de âmbito nacional com impacto sobre as pessoas LGBTQIA+;
- manter intercâmbio e cooperação com órgãos e entidades, públicos e privados, nacionais e internacionais, incluídos outros conselhos da administração pública, com vistas ao estabelecimento de estratégias comuns de atuação para a promoção e a defesa dos direitos e das políticas públicas em prol das pessoas LGBTQIA+;
- fomentar a criação de redes institucionais e de planos voltados a assuntos no âmbito de sua atuação; e
- receber e analisar representações ou denúncias de condutas ou situações contrárias aos direitos das pessoas LGBTQIA+ e encaminhá-las aos órgãos competentes para as providências cabíveis.
Também fica a critério do colegiado, a criação de grupos técnicos para estudar questões específicas da população.
As ações terão impacto para cerca de 20 milhões de brasileiras e brasileiros que se identificam como pessoas LGBTQIA+, de acordo com a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT).
Além da equipe fixa, também serão convidados a participar do colegiado, mas sem direito a voto, os representantes do Conselho Federal de Psicologia, Conselho Nacional de Justiça, Conselho Federal de Serviço Social, Defensoria Pública da União, Ministério Público Federal e Ordem dos Advogados do Brasil.