José Pedro Rodrigues Gonçalves
segunda-feira, 12 de julho de 2021
O pensar uma bioética deve ser seguido de uma reflexão sobre o seu papel na sociedade contemporânea, onde os processos sociais se vêm esgarçados e sendo descontruídas as relações entre grupos de qualquer natureza. É nesse contexto que pretendo focar o meu olhar para uma bioética que não seja contemplativa, muito menos normativa. Seria possível isso? A resposta é sim, pois somos seres dotados de capacidade intelectiva e reflexiva o suficiente para rompermos fronteiras dogmática propostas por pensadores de outrora e nelas muitos de nós ficaram enraizados. Assim, a bioética enquanto campo do conhecimento despiu-se de sua práxis e permaneceu na contemplação e na discussão circunscrita a grupos de iniciados que acabaram por se constituir em castelos onde poucos podem ter acesso. Algo como uma escola iniciática onde só os escolhidos e eleitos podem ter acesso, o que contraria a sua razão de existir como campo de conhecimento científico, até porque defendo a ciência como o espaço de construção de conhecimento que deve ser socializado e se tornar conhecimento comum.
*José Pedro Rodrigues Gonçalves
Médico, Doutor em Ciências Humanas e Mestre em Sociologia Política